sexta-feira, 29 de abril de 2011

Temporada de caça à passagens baratas para o Brasil

E começa a temporada de caça à passagens baratas para o Brasil em agosto. Baratas só na intenção, porque agora já estão caras. E eu ainda nem sei quando serão as minhas férias.

Depois de um ano, 20 dias com a família. Quem sabe também uma viagem na viagem. Tipo... conhecer um lugar que conheço no Brasil. Quem sabe na Itália e depois ir ao Brasil. Quem sabe uma scala prolungada em algum país europeu antes de chegar ao Brasil.

Se alguém tiver alguma dica, já agradeço.

Le Isole Tremiti - as ilhas da Puglia


Le Isole Tremiti (le perle dell'Adriatico) fazem parte da província de Foggia. Das ilhas da costa italiana, estas são as menos visitadas pelos turistas. O arquipélago é composto das ilhas: San Nicola, San Domino, Cretaccio, Caprara, Pianosa e La Vecchia. A San Nicola é onde se concentra a maior parte da população e monumentos. San Domino é a maior e onde se encontra a maior parte das estruturas turísticas e a única praia de areia do arquipélago. As outras são desabitadas. Hoje uma parte do arquipélago constitui a Riserva Naturale Marina Isole Tremiti.

Azeite pugliese


Segundo a mitologia grega, Atena plantou a primeira oliveira. Para os gregos era sagrado, tanto que quem a destruía era punido com exílio. No sul da Itália, em Puglia, foram encontrados vestígios das primeiras plantações de oliva. A Puglia é a região italiana com a maior produção de azeite de oliva - que representa quase a metade do azeite produzido (cerca de dois quintos). Muitas vezes, considerado o melhor do país e, muitas vezes, é mais aclamado que os mais caros e glamourosos óleos da Úmbria, Toscana e Garda (que são cultivados na Puglia). No "mar verde" da Puglia existem cerca de 50 milhões de oliveiras.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mozzarella ou Mussarela?


Em outro post eu falei sobre o tridente da Puglia. Hoje falo do diamente, a mozzarella. Eu já tava acostumado com a mussarela brasileira. Aquela amarelinha que é usada em fatias para fazer queijo-quente e pizza. Chegando aqui me apresentaram uma tal de mozzarella. Branquinha redonda ou em treccia (pequena ou grande) é buonissima. Se eu pudesse comeria uma treccia grande todos os dias. Servida com tarallo ou focaccia é boa pra caraca!!!

Para chegar ao trabalho

Como eu gostaria de ir ao trabalho de trem ou de ônibus e deixar o carro somente para passeio ou não tê-lo. Sobre os gastos podemos falar em um outro momento. Infelizmente, na Puglia, o sistema público de transportes não cobre todas as áreas e nem todos os horários, o que nos força a ter um carro e a depender dele.

Eu levo, precisamente, 30 min da minha casa ao trabalho. Sem encontrar trânsito lento e respeitando todos os limites de velocidade. Certamente, posso fazer em menos tempo, mas o assunto é outro.

Se eu tivesse que usar transporte público, quanto tempo eu levaria da minha casa ao trabalho?

Teria que pegar dois trens e depois fazer uma caminhada. O primeiro trem parte às 6h40min e chega às 7h. O segundo parte às 7h20min e chega às 7h30min. Passo mais tempo esperando que dentro do trem. Depois faço uma caminhada de 30min. Chego ao trabalho, aproximadamente, às 8h, mas devo iniciar às 9h.

Total: 2h20min

Tudo isso esperando que o trem não atrase e que não chova.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

20 canções brasileiras

Missao impossivel! Me pediram para fazer um cd com 20 canções que representassem a música brasileira. Na lista tentei colocar os grandes nomes, os estilos e os movimentos musicais, um pouco do que eu ouço e do que não ouço, mas que também é Brasil. O que acham?

A Vida do Viajante (Luiz Gonzaga)
Águas de Março (Tom Jobim e Elis Regina)
Ainda Lembro (Marisa Monte e Ed Motta)
Alegria Alegria (Caetano Veloso)
Dançando Calypso (Banda Calypso)
É o Amor (Zezé Di Camargo e Luciano)
Emoções (Roberto Carlos)
Encontrar Alguém (Jota Quest)
Gostava Tanto de Você (Tim Maia)
Índios (Legião Urbana)
Manguetown (Chico Science)
O Show Tem Que Continuar (Fundo de Quintal)
Oceano (Djavan)
Palco (Gilberto Gil)
Sorte Grande (Ivete Sangalo)
Travessia (Milton Nascimento)
Um Certo Alguém (Lulu Santos)
Vamos Sair Para Algum Lugar (Aviões do Forró)
Verdade (Zeca Pagodinho)
Vou deixar (Skank)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Turistas brasileiros na Puglia

Em outubro de 2010, aconteceu um encontro entre operadoras de turismo de luxo do Brasil e da Puglia chamado “Opportunità del mercato brasiliano del lusso per il turismo in Puglia”. Durante o evento foi organizado um tour de luxo por uma semana nas cidades turísticas pugliese de Castel del Monte, Trani, Alberobello, Conversano, Polignano, Locorotondo, Ostuni, Lecce, Otranto, Grottaglie e Martina Franca.

Para a região o Brasil está dando passos de gigante em relação ao turismo e a produção de bens de consumo. Um avanço econômico que permitiu um aumento de 40% no número de viagens de brasileiros ao exterior.

A Puglia quer aproveitar essa onda e sabe que na região os brasileiros podem encontrar o que procuram: cultura, história, relax e as suas raízes também.

E a crise ainda ronda a nossa porta

Há um ano não parecia que a crise chegaria a bater à porta da empresa onde trabalho, mas bateu e entrou. Começamos 2010 com, aproximadamente, 70 colaboradores (contrato a tempo indeterminado, determinado e cooperativa). Um ano depois somos 35 sobreviventes. Os da cooperativa foram os primeiros a partir. Uma barca com 16 pessoas e sem direito a nada. Depois aqueles a tempo determinado. Fim do contrato, fim da viagem sem passagem de volta. Os que tinham contrato a tempo indeterminado estavam mais tranquilos, porque pensavam que fossem os intocáveis, mas nao se tocaram e mais de 20 pessoas foram mandadas em cassa integrazione, até o momento. Esse é apenas uma pequena radiografia do que acontece aqui em Puglia.

As praias de Puglia


A Puglia tem, aproximadamente, 860 km de costa banhada pelo Mar Adriático e Jônico. Grandes penhascos se alternam com praias de areia e rocha. Gargano é a primeira praia para quem entra pelo norte. Falésias e praias apropriadas para as crianças. Em direçao ao sul, a cidade termal de Margherita di Savoia com praias de areia. Em Molfetta e Giovinazzo a costa fica rochosa. Depois areias e rochas se alternam até Bari. Antes de Brindisi, encontramos a popular praia de Torre Canne, Ostuni e a reserva natural de Torre Guaceto. Ainda na costa adriática, o litoral mantém uma tipologia alta e rochosa que se alterna com lidos de areia (trechos de praias que se paga para entrar). As marinas de Lecce Frigole, San Cataldo e Torre dell'Orso. Depois de Otranto, chegamos a baía de Porto Badisco onde se encontra a Grotta dei Cervi. Passando pelo importante centro termal Santa Cesarea Terme se chega a última praia do Adriático, Santa Maria di Leuca. Subindo pela costa Jônica se vê a praia rochosa de Torre Vado, Posto vecchio e Pescoluse (considerada por muitos a mais bonita da Puglia). Depois as praias são quase sempre de areia e as mais populares são a Lido Marini e Gallipoli.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Barletta

Pasquetta em Barletta. A programação foi ver uma exposição no Palazzo della Marra, almoçar e, quem sabe, dar uma passada no Castel del Monte que não é muito longe de lá.

Barletta, junto com as cidades de Andria e Trani, é capoluogo da província de Barletta-Andria-Trani (BAT). Reconhecida como "città d'arte" da região de Puglia pela sua beleza arquitetônica.


O Palazzo della Marra é um dos mais importantes exemplos de arquitetura barroca na região. Construído nos anos 1500 era de propriedade de uma importante família aristocrata. Atualmente, no primeiro andar realiza exposições e eventos e, no segundo, é a sede da Pinacoteca De Nittis.


O castelo de Barletta, uma construção normanda em forma quadrangular pontiaguda do século XI, serviu como pit-stop para os cavaleiros durante as cruzadas. Foi utilizado como depósito de armas, presídio militar e até bombardeado pelo couraçado austríaco Helgoland. Hoje é sede da biblioteca comunale, do museu cívico e da pinacoteca.

Nada mal para uma pasquetta com temperatura instável e pouca grana.

domingo, 24 de abril de 2011

Torre Guaceto


La Riserva naturale statale Torre Guaceto fica na costa Adriática, em Carovigno, entre Ostuni e Brindisi e tem, aproximadamente, 8 Km de costa com baías e praias de areia e rocha.

A torre foi construída nos anos 1500 e servia como ponto de observação contra os ataques dos turcos. Guaceto deriva do árabe e significa água doce.

A reserva é gestida pela WWF-ITALIA é considerada um modelo de gestão ambiental.

Campanha contra acidentes estradais falsos


Sabia que a Puglia é a região com o maior número de acidentes estradais com feridos? A causa deste fenômeno é o difuso mau costume de fraudar as seguradoras! Cada "efeito chicote" (síndrome do chicote na cervical) simulado é pago com o prêmio de seguro de todos.

Em 2010, em Puglia, foi lançada a campanha "Stupidi furbetti" contra o aumento de acidentes "falsos". A cada dois acidentes um é com 2 ou 3 feridos em média. Basta um engavetamento para causar um "efeito chicote" que o seguro é obrigado a pagar 2000 euros ao assistido.

Risco de fechamento para 100 agências, menos 1500 postos de trabalho e um aumento alucinante do preço do seguro. Muitos motoristas estão preferindo circular sem seguro. Entre 10 carros em circulação em Puglia, 3 não tem seguro. Na Itália, o seguro do carro é obrigátorio.

Meu nome é...

Meu nome? Acho que perdi a minha identidade. Quando lêem ou perguntam o meu nome, poucos (para não dizer ninguém) conseguem ler ou pronunciar o meu nome corretamente. Fala sério, não é nada difícil .
O problema é o "x". Os italianos falam o "x" como o nosso "cç" (ex. facção). A pronúncia italiana abrasileirada seria mais ou menos assim "sci" (Alesciandre), mas eles não conseguem : S.
A solução italiana são tantas como "Alessandro" (clássica tradução italiana), "Alex" (para mostrar que sou estrangeiro, talvez inglês), Ale (para os preguiçosos) ou Alexander (para os que não sabem nem copiar o meu nome). Piacere.

Consulado Brasileiro em Puglia

Já me perguntaram se existe um consulado em Bari. Não, mas existe um "consolato onorario". O que quer dizer? Sinceramente não sei. Quando eu precisei, liguei e falei com o cônsul honorário, mas nao deu em nada. Tive que ir à Roma.

Deixo os dados para a quem possa servir.

http://www.consbrasroma.it/consulado/jurisdicao.html

Console Onorario: sig. Demetrio Zavoianni
Giurisdizione: Regione Puglia
Via Dalmazia 159/b - CAP: 70121 – Bari (BA)
Tel.: (+39) 080-5530750 / Fax: (+39) 080-5501948
e-mail: c.zavoianni@promedshipsupply.it

Um brasileiro na maratona de Bari


Depois de alguns meses de frio, preguiça e dores, voltei aos treinos. Um recomeço do zero para chegar aos 10 Km sem dores e, quem sabe, num futuro uma maratona.

Em Novembro, participei da minha primeira "maratona" de 10 Km, em Bari, a BariMarathon. Largada e chegada no estádio "Arena della Vittoria" e o percurso passava pela orla, centro de Bari e "città vecchia".

O "pacco gara" era praticamente uma cesta básica. Uma bolsa com o numero de inscrição para identificação, uma camisa do evento, folhetos de propaganda, pasta (macarrão), café, água, gatorade, taralli, batata-frita e pomada para os pés.

Para quem quiser dar uma olhada nas fotos do evento, clique aqui. Se encontrarem o numero 1827, sou eu.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Red Bull voou para longe de Polignano a Mare


Peccato! A etapa italiana do Red Bull Cliff Diving World Series (foto: Red Bull Photofile), competição internacional de saltos de grandes alturas, em Polignano a Mare (Puglia) foi transferida para o norte, Malcesine, província de Verona. O evento se foi, mas a bellissima location permanece.

Hora do almoço - la pausa pranzo

Quanto tempo é necessário para o almoço (pausa pranzo)? Uma relaxada depois da papa? Uma dormida? Ou voltar rápido pro trabalho?

Na hora do almoço, na Itália, tudo (ou quase tudo) fecha, isto é, não tem nada para fazer além de comer e esperar o tempo passar.

Uma hora de almoço é o padrão. Quem come rápido ainda pode dar uma relaxadinha. Quem come devagar ou come primo, secondo, fruta, sorvete e café é o suficiente. Quem mora perto do trabalho come em casa, mas é chegar, sentar, comer e voltar.

Duas horas ou mais é um tédio. Tudo fechado. Se não pode tornar a casa, deve ficar na internet (se for permitido), no refeitório (se tiver) ou dentro do carro (se resistir). Durante o verão é pior ainda.

30 minutos é uma boa para quem come rapidinho e quer voltar para casa mais cedo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Gargano, Otranto e Gallipoli - Viaje na Viagem

O blog "Viaje na Viagem", do Ricardo Freire, publicou um roteiro alternativo para conhecer lugares interessantes e não muito famosos para os turistas. Algumas atrações da Puglia são citadas. Aproveitem antes que a turistada chegue.

De vez em quando eu canso de repetir as mesmas receitinhas de bolo: a gente viaja com tempo tão curto e com objetivos tão definidos que eu fico aqui só repetindo o jeito mais prático de percorrer o itinerário de sempre. O problema disso é que, de tanto repetir, parece que só existe aquilo para ser visto. O André Lot, nosso polemista de plantão, entrou ontem numa caixa de comentário para compartilhar um roteiro de cidades italianas não-óbvias que ele indicou a um amigo. Vejam que bacana:

Riq, acordei meio inspirado e vou resumir aqui algumas dicas que dei a um amigo que queria fazer uma viagem “Itália-slow” e que já conhece o circuito básico de cidades e atrações, de Veneza à Costa Amalfitana.

Começo com Bolonha, na minha opinião uma das maiores “barbadas” ignoradas por quem vai à Itália. Nem precisa ser “slow”: trens rápidos fazem o trajeto desde Florença em 57 minutos, desde Veneza em 1h50 e de Milão em 1h05! A cidade possui uma arquitetura única, as Due Torri (as “torres gêmeas” da Idade Média) e uma cena gastronômica muito, mais muito mais convidativa do que a de Florença ou Roma, pois relativamente intocada pelo efeito que as massas que chegam aos milhares têm nos restaurantes dessas cidades. É um passeio fácil de fazer: comece pela estação, se perca sob os arcos (mais de 35km deles pra escolher!) dos prédios medievais, dê uma bisbilhotada nos bistrôs e restaurantes, almoce – sem pressa – em um deles e faça um footing até o Regina Margherita, um parque agradável na outra ponta. Volte andando e pegue o trem. É o pit-stop PERFEITO para quem está na rota Florença-Veneza ou Milão-Roma, Milão-Florença.

Se a Costa Amalfitana e a Cinque Terre agradaram, uma alternativa com estradinhas cênicas-montanhas-cidades pitorescas é a região do Promontorio del Gargano. É uma península com montanhas perto de Foggia (onde dá pra chegar de trem semi-rápido e montar base com carro alugado). O mar é esverdeado (veja aqui), as pedras branquinhas e a muvuca é 1/10 daquela encontrada na Costa Amalfitana. Dá pra explorar tanto a parte “baixa” quando montanhas e colinas, o tráfego é tranquilo quase o ano todo.

Uma outra rota interessantissima é o litoral do sul da Puglia, descendo dede Lecce para Otranto e Gallipoli. No verão o local “ferve” (de calor e de gente), mas fora dele a região é interessantíssima e os hotéis baixam as diárias em até 70% (é longe demais para encaixar em tours de ônibus ou grupos, então dá pra descolar barganhas incríveis em hotéis com vista para a praia quando não dá praia). Precisa de carro para aproveitar (ir para lá é ficar em um Club Med ou resort é um desperdício imperdoável). O litoral é pontilhado por ruínas da Magna Grécia, o interior, por uma paisagem relativamente árida e única. “Da non perdere”.

Ali perto fica outra atração muito negligenciada pela distância: os Sassi di Matera (foto do alto do post). Região extremamente pobre até os anos 1950, Matera possui um acervo muito legal de casas esculpidas em pedras, os chamados sassi. Lá foi a cidade onde foi filmado “A Paixão de Cristo” do Mel Gibson e vários outros filmes ambientados em cidades antigas do Oriente Médio. Vale cacifar um hotel em um sasso. Ter carro ajuda, já que os trens são muito lentos e não chegam até Matera. Dá pra esticar na costa jônica, como em Metaponto, ou em Taranto, cidade interessante para fazer um contraste de arquiteturas e histórias tao distintas embora os lugares sejam tão próximos.

Para finalizar, uma dica lá para o Norte… A Itália tem alguns valichi alpini piemontesi confinados (com apenas uma “saída” para o mundo exterior”) muito interessantes, menos “turistados” que os suíços e relativamente baratos. Um passeio interessante é pela região do Piemonte perto do Parco Gran Paradiso, não muito longe de Turim. Alguns são mais desenvolvidos e habitados, como Susa, mas outros são “parados no tempo”, com vistas estonteantes. Minha opção favorita: montar base em algum hotelzinho próximo a Germagnano e explorar de carro os vales de Lanzo, Ala e Viù, todos com “saídas” apenas em Germagnano. Muvuca zero, mas não vale a pena entre dezembro e abril quando a neve torna tudo branco até demais e as estradas traiçoeiras.

Tridente pugliese - tarallo, panzerotto e focaccia

Eu costumo dizer que sem taralli, panzerotto e a focaccia a Puglia não seria a Puglia.


Il tarallo ou tarallino é um produto tradicional da Puglia. Um anel feito de farinha, água, azeite e sal que vai assado.
Nas horas vagas, entre uma coisa e outra ou para enganar a fome é a solução .


O panzerotto é uma espécie de pastel (frito ou assado) feito com massa de pizza recheada de mozzarella e tomate. Dizem quem nasceu na cozinha mais pobre da Puglia que usava as sobras da massa do pão com queijo e tomate.
Sem tempo para almoçar como se deve, um panzerotto é a saída. Os panzerottini são a versão miniatura. A panzerottata é a versão festa.


A focaccia não tem origem na Puglia, mas a pugliese é uma das mais famosas da Itália. Um tipo di pizza/pão espessa com tomates e azeitonas. Existem outras duas versões tradicionais: la focaccia alle patate, coberta com uma camada alta de fatias de batata; e a focaccia branca, temperada com sal e alecrim. Tradicional no almoço de domingo, a focaccia servida quente... não tenho mais palavras.

domingo, 17 de abril de 2011

Os Vinhos da Puglia


Localizada no calcanhar e no salto da bota Italiana, a Puglia viveu anos ruins, com questionável qualidade nos seus vinhos. Mas algumas ilhas de qualidade souberam virar o jogo e o ano 2000 foi marcado como um ano da virada para a região, com empresas de classe mundial investindo pesado. Antinori adquiriu duas propriedades no total de 600 hectares de vinhas e outros correram atrás do pioneirismo da casa italiana de 26 gerações.
A região tem uma variedade muito grande de cepas, passando pela Bombino Bianco e Bombino Nero, Negroamaro, [uma uva de sabor amargo de Salento] e Malvasia Nera.
O mais conhecido dos 22 D.O.Cs atuais é o Castel Del Monte que produz tinto e branco ao Sul; mas vale falar ainda sobre o Locorotonto e o Salice Salentino perto da cidade de Lecce.
Um bom exemplo da região é o Torcicoda Primitivo 2006, um produto da Tormaresca e Antinori, que usa 100% da uva Primitivo. Um vinho de excelente relação qualidade e preço.


sábado, 16 de abril de 2011

Caparezza (part. especial: Tony Hadley) - Goodbye Malinconia

Taì. Gostei. Uma dupla estranha, mas que deu certo: Caparezza, um filho da Puglia, e Tony Hadley, vocalista de Spandau Ballet.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lecce - A Florença do Sul




Lecce, a "Florença do Sul", assim é chamada pela sua arquitetura barroca que tem Zingarello como principal representante. Zingarello pode ser visto no Palazzo Vescovile, Duomo, Santa Croce e na Chiesa del Rosario, considerada a sua obra mais importante. A Porta Rudiae nos leva  aos bairros mais afastados e às ruínas da Rudiae Romana. No centro histórico se encontra un Anfiteatro Romano do século 1° a.C.
A cidade faz parte da lista "Best in travel 2010" de Lonely Planet pelos seus monumentos e seu centro histórico barroco.

A máfia pugliese

A Puglia também tem a sua máfia, a Sacra Corona Unita. Não é tão famosa quanto a Cosa nostra, 'Ndrangheta ou Camorra, mas tem o leste europeu como parceiro no tráfico de drogas, contrabando de cigarros e racket. Teve o seu auge no fim dos anos 80 e início dos 90.
Grande presença em Lecce. Em Foggia existem um cartel ligado a máfia siciliana, camorra e 'ndrangheta. A camorra barese atua em Bari e províncias. Nos últimos anos um grupo dissidente da SCU decidiu criar a Sacra Corona Libera.
Segundo dados oficiais a SCU lucra 2,5 milhões de euro anualmente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Onde fica a Puglia?


A Puglia é a região da Itália Meridional (sul da Itália, sem contar a Sicília e a Sardegna) que forma o salto da bota com aproximadamente 4 milhões de habitantes, cuja capital (capoluogo) é Bari. Ao norte está Molise e a oeste estão a Campania e Basilicata. O leste é banhado pelo mar Adriático e o sul pelo mar Jónico. Em geral as praias do norte adriático são rochosas e as do sul arenosas. Enquanto as praias do Jónico são de areias branquíssimas.
O nome Puglia deriva de Apulia che deriva de Apluvia, isto é, "terra sem chuva". E no verão não chove mesmo. É muito quente e ás vezes rola a "bolha africana". Uma espécie de bafo quente africano no cangote que faz a temperatura subir absurdamente. O inverno é frio. Estamos falando sempre de um país europeu, mas neva, geralmente, nas zonas internas. As chuvas ocorrem, principalmente, durante o outono. Poucas chuvas, consequentemente, poucos e pequenos rios. É a região menos montanhosa da Itália.

Trulli de Alberobello

Trulli (do grego significa cupola) são antigas construções de pedra, as mais antigas do século XVI, exclusivas da Puglia centro-meridionale. A origem dos Trulli foi idealizada para não pagar as taxas residenciais - a malandragem italiana. Quando chegavam os fiscais, o telhado era demolido e reconstruído facilmente, uma vez passada a fiscalização.
Os Trulli de Alberobello foram declarados Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.

Castel del Monte


Para quem gosta de história, mistérios e "Além da Imaginação" a dica é o Castel del Monte. No meio do nada, sobre uma colina, um castelo em forma octagonal com um buraco no meio. Lugarzinho estranhamente interessante.
Construído no século XIII pelo imperador Federico II, talvez um fã de Star Trek, o castelo está a 540 m de altura sobre uma colina em Andria. Em torno o centro octogonal existem 8 salas e 8 torres, da mesma forma. Arquitetura romana, gótica, clássica e islâmica. Um dos mistérios é saber qual era o seu real uso.
Foi reconhecido como monumento nacional italiano em 1936 e patrimônio da humanidade da UNESCO em 1996.

Tirar o passaporte à distância

Todo brasileiro é obrigado a entrar e a sair do Brasil com passaporte brasileiro e o meu estava para vencer. Eu tinha duas opções: ir pessoalmente ao Consulado-Geral do Brasil em Roma ou solicitar pelo procedimento à distância (correio).

Venceu o procedimento à distancia. Neste caso, não perderia dois dias de trabalho e nem teria despesas com passagens de trem ou avião (Bari-Roma/Roma-Bari), porém teria um passaporte com apenas 3 anos de validade. Enquanto indo pessoalmente, o passaporte é válido por 5 anos.

O consulado não se responsabilizava nem por eventuais erros posteriormente identificados no passaporte, nem na sua perda ou extravio. Era tudo por minha conta e risco.

Preenchi o formulário de pedido de passaporte pela internet (on line), no site do consulado (https://scedv.serpro.gov.br/frscedv/index.jsp) e imprimi o requerimento que contém o número do protocolo.

Preparei um envelope, sem fechá-lo, com os seguintes documentos:

- o requerimento impresso que contém o número do protocolo (preenchido e com foto);
- o passaporte a vencer;
- o original da carteira de identidade brasileira;
- o original do título de eleitor com comprovante de votação na última eleição;
- o original do certificado militar;
- um envelope com o meu nome e endereço como destinatário que seria usado na retirada do passaporte pela empresa especializada em transporte de documentos

Na Poste Italiane, pedi um assegno circolare no valor de 80,00 euros emitido ao "Consolato Generale del Brasile a Roma". O Assegno circolare é o meio utilizado pelo Consulado para pagamentos referentes a serviços consulares feitos pelo correio. Uma modalidade de cheque interbancário que se paga ao banco o valor inserito no cheque, sem taxas ou despesas adicionais.
O envelope estava pronto. Pedi uma “Raccomandata 1 con prova di consegna”, que custa 9,00 euros, e mandei o envelope ao endereço indicado no site do consulado.

Acompanhei todo o procedimento consular pelo site do consulado (http://www.consbrasroma.it/recebidos/index.html). Quando vi indicado "passaporte pronto" liguei para a TNT Express para retirar “um envelope com um passaporte” informando o meu nome, e entregá-lo no endereço escrito no envelope, onde seria efetuado o pagamento.

Enviei um e-mail para o Consulado-Geral (consulado@brasilroma.it), informando que a TNT Express era encarregada de recolher o passaporte naquele dia.

Em 15 dias o passaporte estava pronto. A TNT Express levou uma semana para retirar e me entregar o passaporte. Toda essa história aconteceu durante o período de festas de fim de ano, período no qual tudo é mais lento na Itália.

Enviando dinheiro para o Brasil

Para enviar dinheiro ao Brasil sei que existem diversas formas, mas eu utilizei Money Gram com a Poste Italiane. Em tempo real e não precisa ter uma conta. O máximo permitido são 2000 euros e existe uma tarifa (commisione) que varia dependendo do valor (clique aqui para saber a tarifa). Não existe um limite de transferências. O dinheiro é convertido em dólar e depois em real. Por isso, infelizmente, si aplica também uma taxa de câmbio.

Preenchi um módulo (richiesta di trasferimento internazionale di denaro) com os meus dados e os dados do beneficiário (nome e endereço). Terminada a operação me deram uma cópia do módulo e uma lista dos lugares para a retirada do dinheiro. Liguei para o beneficiário para informar o código da transação composto de 8 números (codice riferimento transazione) e o banco onde poderia retirar o dinheiro.

No banco, o beneficiário informou que deveria receber um dinheiro por intermédio da MoneyGram e comprovou que era ele o beneficiário e que havia uma conta no banco, o que tornou mais prático e seguro.

domingo, 10 de abril de 2011

Em Puglia, uma padaria venceu o McDonald's


Eu nunca vi um McDonald's fechar. Principalmente por falta de clientes. Mas aqui na Puglia aconteceu. Pelo menos é o que diz a lenda. Acredite se-quiser. 
Em 2001, foi inaugurado um McDonald's em Altamura, província de Bari conhecida pelo seu pão DOP - Denominazione Origine Protetta. Pouco tempo depois, dois irmãos aproveitando a clientela do Mc, abriram uma padaria que vendia, além do pão de Altamura, focaccia, um dos símbolos da culinária pugliese. Depois de um ano, o Ronald fechou as portas e foi embora.
Uma outra lenda conta que houve um erro de investimento. Pensaram muito grande e Altamura não correspondeu. O fechamento do Mc já era prevista antes mesmo da abertura da padaria.
Todavia os irmãos sonham em abrir uma filial em Roma e de lá exportar os seus produtos para o mundo... quem sabe como uma rede fast-food.
O docu-filme Focaccia Blues de Nico Cirasola conta essa história (ou a lenda).

Itália de carro

A Revista Viagem e Turismo publicou, em fevereiro de 2008, uma matéria que descreve 4 roteiros na Itália para serem feitos com carro. As regiões visitadas são: Toscana, Emília-Romanha, Umbria e Puglia. Aqui deixo a parte que trata da Puglia.

Casas branquinhas no alto da montanha, areia fina e um mar azul, azul. O principal cartão-postal da Puglia lembra a Grécia, que está logo ali em frente. Sai de cena o badalado Egeu e entra o vizinho menos famoso, o Mar Adriático, que banha o leste da Itália. Poucos trens chegam ali e o desvio desde os principais pontos turísticos é grande o suficiente para desestimular as operadoras de viagem a incluir a região no roteiro dos pacotes. Resultado: praias tranqüilas e com um ar de segredinho recém-descoberto. Ponto para quem viaja de carro.
A capital da província, Bari, preserva um belo castelo do século 13 e a Basilica Pontificia San Nicola (Piazza Rettore Basílica San Nicola, 080/573-7111, basilicasannicola.it), construída 200 anos antes. As atrações dão um ar romântico ao ponto inicial da rota, mas não são a motivação de quem dirige até tão longe. O que interessa está por vir.
O ponto de partida é a estrada E-55, por onde se percorrem 35 quilômetros até a primeira parada, em Polignano a Mare. No caminho, as falésias altas e recortadas desenham praias idílicas. Um trecho de mais 8 quilômetros leva até Monopoli, onde as casinhas brancas ganham o contraste das roupas coloridas nas janelas. É possível seguir viagem sempre à beira-mar, mas um desvio para o interior guarda outras surpresas. A apenas 22 quilômetros pela SP-113 fica Alberobello, uma cidadezinha conhecida por um tipo de moradia muito peculiar: os trulli, espécie de casa de paredes arredondadas e tetos cônicos, feitos de pedras encaixadas. A Unesco concedeu o título de Patrimônio da Humanidade ao povoado pela concentração do maior número de construções desse tipo - são mais de mil.
Para mudar de vista, volte para o litoral pelas estradinhas secundárias usadas pelos locais para chegar a Savelletri di Fasano. São 24 quilômetros em meio a montanhas forradas de oliveiras e amendoeiras. Pode ser um bom lugar para descansar ao som das ondas. Na praia, restaurantes e clubes de praia oferecem um menu que varia de frutos do mar aos clássicos do sul da Itália. Quando resolver seguir viagem, pegue o sentido sul da E-55 à SP-19, que o levará outra vez para o interior. Com 25 quilômetros rodados, você chega a Ostuni. A vila de 30 mil habitantes forma um labirinto de vielas e becos irregulares ligados pelo branco das casas geminadas. Perca algumas horas em um café do charmoso centrinho histórico, muito bem conservado, até sentir ser puxado de volta para perto do mar.

ANOTE AÍ
DISTÂNCIA 114 km.
TEMPO MÍNIMO IDEAL 2 ou 3 dias.
ONDE FICAR Em Ostuni, o La Sommità (Via Scipione Petrarolo, 7, 0831/305-925, lasommita.relaisculti.com; diárias de € 250 a € 600; Cc: todos) é um hotel-design e spa. No Trullidea (Via Monte San Marco, 15, 080/432-3860, trullidea.com; diárias de € 86 a € 125; Cc: todos), em Alberobello, dorme-se nos trulli.
PARA IR MAIS LONGE Matera, a 91 km de Bari, tem casas surreais esculpidas nas montanhas. De Brindisi, a 44 km de distância de Ostuni, partem barcos para a Grécia.

Puglia, um paraíso na Itália

Esse artigo encontrei no site Folha Alphaville Online. Um resumo do resumo muito bem feito.

A região representa rica mistura entre arte, história, gastronomia, enologia e belíssimas paisagens
Aline Carvalho/Especial para a Folha

Puglia é cercada pelo Mar Iônico e pelo Mar Adriático, o que possibilita ao visitante que percorre sua costa, vislumbrar incríveis paisagens, como a indescritível transparência e beleza das águas do mar de Salento; a clara e fina areia da praia de Santa Cesáreo; a pré-histórica e admirável Gruta Zinzulusa e uma esplêndida costa rochosa, com altos recifes margeando o mar. Ao escolher Puglia como destino, não deixe de conhecer Ostuni - conhecida como cidade branca (nome dado devido à cor das suas casas construídas em cal vivo que a torna visível desde muito longe) - localizada a poucos quilômetros da costa, no cume de uma colina solitária. Possui belas e estreitas ruazinhas contrastando com grandes construções, como a igreja barroca de S. Maria Madalena, o Palácio Ducal e o santuário de Sant'Oronzo. Ainda na costa Adriática, Polignano a Mare é uma pérola que se localiza num rochedo em declive e é constelado de belas grutas. Historicamente, Puglia é a região italiana mais próxima da Grécia, cuja cultura estava estabelecida muito antes de ser conquistada pelos romanos. É possível admirar os traços desta antiga e fascinante relação no Museu Arqueológico de Taranto, cujo vasto acervo de objetos gregos são datados do século IV a.C. e também no esplêndido Castelo Aragão (conhecido com Castelo Sant'Angelo), que passa, atualmente, por um minucioso trabalho arqueológico na intenção de recuperar sua estrutura inicial construída sobre alicerces gregos. Lecce, por sua vez, é caracterizada por exuberantes obras arquitetônicas no estilo barroco (algumas demoraram mais de 150 anos para serem concluídas) e por sua arte em papel machê. Destaca-se ainda a intacta igreja dos Santos Nicolo e Cataldo, erguida em 1180. Para os amantes de enologia e gastronomia, a região oferece uma cozinha famosa pelos sabores e aromas mediterrâneos, com destaque para o azeite de oliva, tomate e frutos do mar. É uma oportunidade única para se conhecer os vinhos locais de cultivo milenar, tintos, brancos e rosés produzidos com uvas nativas, como Negroamaro, Uva di Troia, Malvasia Nera e a magnífica Primitivo. Para finalizar, vale destacar ainda a cidade de Alberobello (patrimônio da humanidade, segundo a Unesco), conhecida como a capital dos Trulli, espécie de casa de paredes arredondadas e tetos cônicos, feitos de pedras encaixadas, construídas na segunda metade do século 16. Todas estas atrações, unidas a uma rota pouco movimentada, com praias paradisíacas e cidades tranquilas, mas com serviços e estabelecimentos de requinte, fazem de Puglia uma ótima opção para passeios românticos e altamente privados.